sábado, 31 de março de 2007

De 28 a 31 de março

Dia 28 de marco










San Miguel - El Salvador

Acordei com vontade de viajar, acabei não retornando para o norte do litoral de El Salvador e resolvi tocar em direção à Nicarágua. Tomei a carretera costeira e me fui. O sol tava pegando e o calor nem se fala!!! Passei por várias pequenas cidades e vilarejos onde me sentia um ET, e finalmente alcanço a fronteira com Honduras… A principio queria descer ate o litoral de Honduras pra conhecer pelo menos um lugar legal. Sei que a parte turística está no Atlântico, é um litoral como o de Belize, cercado por recifes e ilhas de tirar o fôlego, mas, tava longe pacas. Antes mesmo de chegar à fronteira, em uma “gasolineira” me aproxima um indivíduo e me diz que ia me ajudar a fazer os papéis daqui e permissos de lá. Eu não dei muita bola não porque de malandro o mundo ta cheio… só que não teve jeito de evitar a confusão.

Logo ao me aproximar da fronteira de El Salvador já vem um monte de gente querendo trocar dinheiro, querendo ganhar unzinho ajudando a fazer documentação. Recusei e logo dispensei todos, só que um, muito insistente, ficou por perto e me disse que na outra fronteira eu ia precisar de ajuda… ainda sim despachei o rapaz! Bom, ele foi lá, pra outra fronteira, e me aguardava, junto com um monte de outros indivíduos um tanto quanto suspeitos e mal encarados, que disputavam a atenção. Sem entrar em muitos detalhes, queria dizer que a experiência foi horrorosa! Em Honduras é tudo muito mais complicado (imagino que de propósito) e demorado. Acabei usando a ajuda do rapaz e dei a ele 15 doletas no final. O tempo todo de olho nas minhas coisas, muito embora já tivesse um rapazinho que havia se apoderado do espaço e espantado os outros 1000 que queriam tomar conta da moto.

Eu tive que passar nada mais, nada menos que em 7 lugares diferentes, pagando taxas diferentes etc e tal. Querem ver? Imigração: paguei 10 do visto; Aduana: 2 fotocópias de todos os documentos; depois banco: 30 dólares pelos documentos da moto e impostos; depois a permissão para a moto: mais 10 dólares a serem pagos em um outro escritório. Daí, retorno ao primeiro lugar com tudo que já tinha pago e fotocópias e eles me dão uma via pra pagar mais 5 dólares em outro lugar, além de ter que procurar um inspetor para averiguar o chassi da moto. Lá me vou seguindo o rapaz e só pagando... Finalmente achamos o Inspetor que tomava uma cerveja num buteco. Ele enrolou, enrolou até que o José, o chico que me ajudava, me pediu 5 dólares pra agilizar as coisas. Não agüentava mais, a temperatura provavelmente batia os 39 graus facilmente e eu com calça de pilotar estava a ponto de estrangular um! Lá vem o inspetor, olha os documentos, olha o chassi e, 5 segundos, depois, carimbou e assinou….. Ahhhhh, agora sim!!! Bom foi o que pensei... mandou-me tirar 3 cópias dos documentos carimbados, retornar à aduana, entregar dois, e guardar outro pra entregar mais à frente, na guarita final. Depois de estar puto, suado, e deixar quase 100 dólares na fronteira de Honduras entreguei o último papel, na última guarita que me checou os documentos todos e me mandou ir!! A mais uns 20 m - no máximo - dois policiais me param e pedem pra ver todos os documentos novamente! Só depois pude sair, quase 5 horas depois que havia chegado.

Vai tomar no Cuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu com todas as letras; um povinho mal encarado, mal educado e que te cerca todo o tempo querendo tirar algo, como se cada estrangeiro fosse caixa eletrônico. Nesse ponto concordo com o Joacir: se fossem dois, seria moleza; um faria a papelada e outro ficaria com as coisas. O número de pessoas que vem te pedir dinheiro… e inacreditável! Um lugar nojento de sujo! Estava tão puto que decidi não visitar lugar nenhum em Honduras, resolvi passar batido os 136km até a outra fronteira, o que levaria mais ou menos uma hora, se não fossem as 6 vezes em que fui parado por policiais, em barreiras nas estradas. Em cinco delas nem me pediram os documentos: viam a moto e queriam olhar, perguntar e até mesmo tirar fotos... dava pra se ver que eram todos simples e mal educados, mas, tinham uniforme e metralhadoras. Vou falar o quê?

Guardas em
Honduras (lugarzinho terrível)


Toquei a 140- 160km/h o tempo todo… tava nem aí, a estrada era boa e vazia.

Honduras é, de uma forma geral, um lixão, paupérrima, seca que não acaba mais. Passei por uma meia dúzia de pontes e todos os rios estavam secos, com exceção de um que, apesar das margens estarem a mais de 100 m do leito, só havia um “corguin”, como falamos lá em Minas. Não me arrependi, passei batido, cheguei à fronteira com a Nicarágua exatamente às 6 da tarde, já quase escuro. Muito mais tranqüilo, limpo e vazio.

Não parece aquelas rodoviárias velhas do interior?













Só havia duas pessoas na fronteira e lá toda a papelada era feita na mesma janelinha. Só que, quando eu entreguei a papelada pro senhor… (parece mentira!) apaga tudo, foi-se a luz! Todos foram pra fora e ficamos esperando a luz voltar. Nesse ponto, estava cansado e com fome (pra variar...). Trinta minutos depois, retorna a luz e o Tiozinho me senta na frente da máquina de escrever... Isso mesmo, aquelas de museu, e faz minha permissão!! É BRINCADEIRA? Perguntei a ele se não precisava do computador e ele disse que não, e que só não havia feito antes porque não conseguia enxergar….. PUTA MANO, eu tenho lanterna e o escambal! Ah, mas já estava mais tranqüilo e me fui.

A esse ponto a temperatura estava agradabilíssima e a noite maravilhosa! E, por isso, pelo fato da estrada estar em EEEEEXXCCCEEELENTE (como diz meu irmãozinho Weltinho) resolvi ir tocando. Parei numa biboquinha à beira da estrada onde havia uns três restaurantezinhos. Comi uma comidinha caseira, digna de Dona Iara (Claro que não tão boa quanto a dela...). Lá conheci a família: uma senhora que cuida do negócio da família, junto com um dos nove filhos que estão espalhados pelo mundo. Uma simpatia! Contaram que um casal de brasileiros havia ficado com eles por quase uma semana!! Hehehe, até aqui tem brasileiro se encostando. Matei a fome e me deram a informação sobre como chegar a GRANADA.


Granada










Uns 200 km depois, parei numa tenda de frutas, comi um cajuzinho e fiquei ali de papo, descobrindo mais coisas sobre a região. Cheguei a Granada quase 16 horas depois de minha partida, tava um prego. Achei um hotelzinho lindo e relativamente barato: tem Net, e Ar condicionado. Boa Noite! ZZZZZZZ!!


Dia 29

Convento
San
Francisco

































Aquele programinha básico: dei uma volta e tirei umas fotos, eitcha calor da p……, fiquei a rodar o dia todo. Agora à noite, fui à praça principal e acabei entrando na Catedral onde uma Missa acontecia. Fiquei ali sentado, só pensando e emanando boas energias… acho que essa é minha forma de orar, creio eu. O coral estava lindo e bem afinadinho! Foi Bom!!!






























As pessoas, só de bobeira na praça - parecia São Tiago - ninguém estressado e ninguém com pressa; crianças brincando e casais namorando! Conheci um grupo de guatemaltecos bem Hippies que ficaram conversando comigo por um tempão. Adoram Capoeira e fizeram um workshop aqui, com um professor brasileiro que andou ensinando Capoeira de Angola. Jogamos um pouquinho, só por brincadeira e depois fomos pra um barzinho! Um grupinho animado, mais ou menos umas 12 pessoas. Bebemos e demos risadas!
Voltei cedo porque amanhã cedo saio pra San Juan Del Sur, um point de Surf no Pacífico. Como sairia cedinho, então tinha que descansar mais!
Boa Noite.

Dia 30 de março
Saí cedo depois de comer um breakfastzinho. Logo saindo de Granada, peguei uma estradinha secundária que mais pra frente ia se juntar com a Interamericana. Nos primeiros 20 km tive que ir a 10 por hora porque tinha só um pouco de asfalto naquele buracos, e minha moto,com equipamento, pesando quase 1000 pounds, ou 454 kg, não ia ficar muito feliz se eu corresse. E a possibilidade de um pneu furado não me apetecia muito, especialmente com a temperatura batendo os 40 graus… puta lugarzinho quente! Se alguém resolver visitar Granada, recomendo muito pouca roupa! Mas, vale a pena, é muito bonito e calmo, cheio de barzinhos. Há muitos passeios a se fazer pelas Isletas, ou ilhotas, de lancha. Custam em torno de 8 dólares e duram cerca de 3 horas. Também há a opção de ir pra outras duas ilhas maiores. Em uma delas, chamada OMETEPE, minhas amigas alemãs estiveram na última semana, e as fotos mostram um lugarejozinho bem simpático, onde se pode fazer a escalada do vulcão. Eu não estava a fim de ir, pois, ia ser muito trampo por causa da moto também.



San Juan
Del Sur

De Granada a San Juan Del Sur é bem perto, gastei mais ou menos uma hora e meia, apesar dos 20 km horrorosos. Viagem boa e cheguei a San Juan às 10 da matina.O sol tava pegando, mas tinha que procurar por hospedagem estava tudo relativamente caro por causa da Semana Santa. Aliás, bem caro! Sentei-me num barzinho de praia, tomei um suco e comi um peixinho. A moeda local se chama CORDOBA e a taxa de cambio e US$1 para C$18. Depois resolvi ver o que tinha nas praias adjacentes, onde é que o surf rola etc. Peguei uma estradinha de terra, cheia de cascalho e muito estreita em partes e, 10km depois, vi a primeira plaquinha: PLAYA MARSELLE. Entrei e só havia um caminhozinho que acabava na praia, alguns casebres, um butiquim ... até que me deparei com um hotel lindo! Pensei: Putz, vou ver, mas sei que vai ser uma fortuna... e, pra minha surpresa (ótimo!), estava mais barato do que na cidade, de frente pro mar, a 2km da PLAYA MADERA, onde tem surf bom. (Vejam as fotos).

Hotel Marselles
















Chequei meu mail no lobby do hotel e havia um e-mail da HEIDI falando que elas estavam saindo de Ometepe e que estavam a caminho daqui. Deixei minhas coisas e retornei à cidade para esperar o ônibus de RIVAS. Às 3:30h chegam Heide, Betina e uma holandesa que conheceram na ilha, gente finíssima também, que está viajando sozinha há 4 meses. Conversamos e acabamos ficando, todos os quatro por aqui, num quarto maior. Muito ! E a vista é inacreditável.

Depois de nos banharmos (como se diz am São Luís do Maranhão...) fomos a uma biboquinha na estradinha em frente ao hotel. Quando digo “biboquinha”é isso mesmo; era um barracãozinho... Lá, um senhor, bêbado que só ele, e uma senhora eram donos. Meia dúzia de locais tomava cerveja quente (sei porque pedi uma e tava fervendo) e escutava uma musica sertaneja nicaraguense. Ela ofereceu pra fazer um pescado, foi lá dentro, trouxe três peixões. E foi isso mesmo, acompanhado de arrozinho branco, feijão e tortillas; foi uma ótima refeição. Comemos até, demos os restos pros seis cães, incluindo dois fiolhotinhos, que nos rodeavam e não tiravam os olhos da mesa. Depois de pagar um montante equivalente a 20 dólares pelo jantar e todas as bebidas, retornamos ao hotel so chilling e contando histórias.

Dia 31




Manouk e
Betina









Acordamos cedo e, com vista pro mar, escutando as ondas lá de longe, tomamos um café da manhã beleza e pegamos uma carona com o gerente pra cidade. Daí vocês já sabem, né? Mulher sempre tem que comprar alguma coisa, senão não é mulher. Fui ao banco trocar uns dólares e fiquei tirando fotografias enquanto iam comprar biquinis, o que acabou incluindo também brincos e um par de óculos baratos. Quem comprou foi a MANOUK, a holandesa. São os óculos mais FUNKS que eu já vi, parecem óculos de filmes intergaláticos de terceira categoria.



Heidi


Manouk

Bom… trocentas horas depois, quase uma da tarde, entramos no mercadinho municipal onde comemos salada de frutas e saímos a procurar transporte de volta a Marselle pra poder ir a praia. Arrumamos uma carona com dois surfistas, um chileno e um argentino, que estão aqui só para pegar umas ondas. Hotel, troca de roupa, e um funcionário ofereceu pra levar-nos à Madeira…sem objeção! Puta, que praia linda! As ondas são altas, mas, os swels vão estar grandes mesmo só na segunda-feira. O pessoal do hotel emprestou body boards e uma short board 6’2” e as meninas se divertiram na água com a pranchinha. Eu peguei umas ondas, levei uns caldos e depois fomos pra areia onde, sob uma árvore, encostados em um tronco de madeira, ficamos de papo e de palhaçada até esperar o pôr do sol. E que pôr do sol!! O bicho! Seqüência de fotos a seguir.

*As fotos não vieram (bem como outras). Vou falar com meu irmão e coloco-as depois; ass. Ivan)

Na volta pegamos carona com um Irlandês, o Edward, muito doido, que veio aqui pra San Juan del Sur há 6 meses e por aqui ficou. Até casa já comprou e ta só de bobeira e surfando. (Quem pode pode!) Banho e saímos, Betina e eu, na moto pra ir a cidade comprar um ranguinho e ela tinha que ir à farmácia (Girl’s things, I think). Pedimos pizzas eá enquanto aguardávamos, dois americanos chegaram pra perguntar da moto, e o que eu estava fazendo etc e tal. Um deles saiu dos EUA há três anos, viajou para toda a America do Sul ate o Ushuaia e, na volta passou por San Juan e aqui ficou, até hoje…. Novamente: quem pode, pode!

Ao retornar ao hotel a Heidi e Manouk já estavam verdes de fome; mas valeu a pena: pizza, com gosto de pizza!!!! Nada daquela porcaria que se come na terra do Tio Sam. Agora eu estou aqui, deitado numa redinha, escutando música e escrevendo, enquanto as três doidinhas se divertem tentando jogar Sinuca.. uma comédia... A noite está especialmente bonita e agradável!!! Amanhã é só beach day, domingão, vocês sabem, tem que ir à praia.

Fuiiiii!!!

terça-feira, 27 de março de 2007

26 e 27 de março


Dia 26 de março








Muito
trabalho



Estou escrevendo agora, deitado em uma rede, de frente pro Pacifico (em EL Salvador)esperando o sol se pôr. Ontem saí da cidade da Guatemala já era uma da tarde, pois, tive que resolver uns assuntos no banco, internet etc. Depois daquela via sacra de organizar tudo e amarrar tudo na moto, finalmente me mandei. O dia estava lindo e agradável. Carretera a El Salvador, aqui vamos nós!


AHHHH, GUATEMALA, que pena que estou indo embora. Você era mais, mas muito mais do que esperava! Uma terra de gente boa e amiga, de uma natureza estonteante e que, não sei como, ainda não virou rota para os turistas brasileiros... porque, para os europeus, já é há muito tempo. OBRIGADO, VALEU, THANKS, MERCI, ARIGATÔ!!!! Deixo pra trás não CONHECIDOS, mas AMIGOS que sem nem me conhecer me ofereceram abrigo e atenção pelas ultimas quase trê semanas. Deixo um pouquinho de mim e levo um MONTE daqui… Valeu mesmo, thcurma! Espero vocês no Brasil! (Arturo, Mario, Rodolfo, Sdrubi, Monica, Isabel, Hugo, Eric, Juan Carlos e muitas outras pessoas que tornaram minha experiência em Guate tão agradável) Buaa!!!


Bom, como já havia dito, a viagem foi tranqüila. Ao chegar à fronteira, ainda do lado da Guatemala, a alguns metros de El Salvador, me mandaram estacionar pra fazer a documentação da moto. A aduana era só um barracãozinho onde dois funcionários se revezavam entre saídas para não-sei-o-quê-nem-onde. Umas 20 pessoas esperavam a boa vontade dos dois. Uns 40 minutos depois, conseguir entregar a um deles a papelada que havia preenchido. Pronto? Espera, espera, espera... até que sai o miguelito e me diz que o sistema de computadores estava caído… Puta merda!! Ja varado de fome, enconstei em uma tiazinha que ali a frente se encontrava, com duas bacias equilibradas em dois banquinhos. Uma, com uma panelona de galinha assada, bananas fritas, tortilhas e um molho de salsa; a outra, com uma pedrona de gelo e algumas bebidas. Foi ali mesmo! Comi ½ frango com tortillas e uma Pepsi por 3 dólares…hummmmm Bom Demais! Depois veio a me dizer que cozinhava tudo no fogão a lenha, pela manhã e vendia durante o dia todo, por ali mesmo, havia mais de 10 anos.

Finalmente, às 6 da tarde, o sistema retorna e me pus eu a caminho. Mais uns 15 metros pra frente tive que parar pra mostrar o passaporte a agentes da imigração, que ficavam sentados debaixo de um toldo: não me perguntaram muito e me deram umas dicas sobre o país e me fui. Dois km a frente, outro ponto de fiscalização, onde agentes rapidamente verificaram a minha papelada e logo me liberaram. Porque eles não fazem uma coisa assim mais esperta, e põem todos em um mesmo lugar? Ainda não entendi.


Já estava escuro e as estradas… ah, as estradas! Pensaram que ia falar mal, né? Hehehe, a verdade e que as estradas são muito boas e, em sua grande maioria, até chegar a San Salvador, são duplas. Logo parei em um posto de gasolina pra beber uma água e, quando retornei até moto, já se aproximavam umas seis dúzias de curiosos, inclusive dois seguranças do posto. Pergunta de lá, pergunta de cá e... hasta la vista!

Parece
a
esquina
lá de
casa.










Assim que saí do posto, percebi que meus óculos que uso para dirigir à noite não estavam comigo; eu os havia posto sobre a minha bagagem, enquanto punha meus “earphones” , capacete e luvas. Retornei à lojinha de conveniência onde os seguranças se aproximaram e começaram a rastrear meu caminho à procura deles. BATATA!!! Dois minutinhos depois, retorna um deles com minhas lentes no rosto e me diz: “No se preocupe, aqui no se pierde nada”. É interessante como, em todos os países por que já passei, sempre, no inicio da viagem algo acontece que me faz sentir mais seguro e tranqüilo. Agradeci e me despedi!
Recebi sorrisos de dentes de ouro (que já não me chamam mais tanta atenção) e, num instante, dei linha na pipa.

Resolvi tocar até o litoral, até a Costa do Sol, uma península onde hotéis e chácaras de verão de empresas particulares e bancos competem por um espaço em frente ao mar, que é muito bonito, e cujas praias lembram muito as nossas. Por todo vilarejo que passava, os olhares curiosos me perseguiam o tempo todo. Assim, acabei chegando ao meu destino já era mais de 9:30 da noite. Logo que cheguei, já pedi algo pra comer, enquanto ia tomar um bãinho pra tirar a nhaca. Fiquei sentado no bar da piscina, mandando e-mails, comendo e nadando até quase duas da matina. Tranqüilo, tranqüilo!



Dia 27 de março



Local
"feio"...













Hoje acordei e só aí vi, realmente, o quanto bonito é por aqui! A única coisa é que não tem ninguém quase... mas, não é problema nenhum para mim.



Céu
nublado...

















Lotado de gente...

Caminhei por horas, depois de muito protetor solar, em uma praia que era praticamente minha, particular! Nadei muito, a água é limpa e quente, peguei jacarezinho até cansar. Num trecho da praia, me deparei com uma imagem maneiríssima, desenhada na areia pela água do mar; parece um canteiro de flores! Vejam a foto.



Não é óleo não.


Nunca vi tanta gente assim...



Uma paz tudo aqui! Depois, conversando com um dos funcionarios do hotel, descobri que LA LIBERTAD, uma cidade pela qual passei no caminho pra cá, é um point de surf muito bom e que, inclusive, estavam tentando incluir no World Surfing Championship. Lá, alugam-se pranchas por cinco dólares ao dia... Surf’on, Dude!!!!!! Ahhhhh, PS: A moeda nacional é DOLAR AMERICANO, tá? Só que tudo muito mais barato que na terra do tio Sam.



















Feliz morador do condomínio Pé na Areia.



Deixa que eu dou um jeito.










Agora estou aqui, escrevendo numa redinha massa… tenho praticamente o hotel e a praia só pra mim. A solidão me despertou a curiosidade e me levou a perguntar o que estava se passando. Acabei descobrindo que essa semana é a mais vazia do ano porque precede a Semana Santa e todos deixam pra vir na semana que vem. By the way, estará tudo lotado… SOLD OUT! Ahhhhh, bom!












Amanhã saio fora, vou passar por LA LIBERTAD, pegar umas ondinhas e, talvez, dormir uma noite. Daí, vou me safar em direção a Honduras. Sem mais delongas, já me vou.
4...
3...





2...1...

Bye.

domingo, 25 de março de 2007

De 21 a 25 de março

Dia 21 de Marco, 2007

Acordei relativamente cedo pra quem tinha ido dormir às 4 da matina, bebi uns dois litros d’água!!! Eitcha ressaca brava! Saí pra comer e fazer umas fotos. Acredita que, no meio dessa cidadezinha, há um McDonalds, um Burger King e Domino’s Pizza?!!! (Passei longe) Mais tarde decidi retornar a Guate porque o Asdrubal me disse que sairíamos à noite com umas amigas alemãs que ele havia conhecido no final do ano passado. Decidi também porque não há muito o que se ver na região de Antigua, a não ser a própria cidade, suas construções, lojas e artesanato... embora seja um lugar muito bonito e o ambiente bem relaxing; um ótimo lugar pra se connhecer gente de todo o mundo.

Chegando a Guate, lavei roupa e esperei o Asdrubal chegar para sairmos pra night para comer e, se tivéssemos ânimo, também ir a uma boate.











As meninas são Betina e Heidi; duas alemãs que estão viajando de mochila pela América Central desde o dia 1 de Novembro, fazendo diversos tipos de trabalho voluntário, inclusive de “MIDWIFE” ou, em bom português e em velhos costumes, “parteiras”! Também ficaram duas semanas em uma das ilhas da costa de Belize, trabalhando como “contadoras de lagosta”, usando máscaras e snorkle, nadando ao redor dos recifes. (isso que é trabalho!!!!!) Pelo fato de estar fora da época de pesca da lagosta, o governo tenta manter um certo controle sobre o número de tais criaturas, mas, quando se referem a esse trabalho, elas sempre se põem a rir porque, apesar da pesca proibida, dizem ter conseguido contar somente seis dúzias em duas semanas de trampo! Essas sim são corajosas, já foram a 1000 lugares e me deram várias dicas. Estão aqui no quarto de hóspedes e amanhã se vão para a Nicarágua. Vão ficar por duas ou três semanas: a Heidi quer aprender a surfar e a Nicarágua é conhecida como um bom lugar para esse esporte.

Tutti bona gente...





Procissão! Se arrastando que nem cobra pelo chão.















Tomamos banho e fomos ao centro da cidade, onde Asdrubal nos levou a um restaurante italiano lindo com uma comida... waw, fantástica! Havia muito tempo que não fazia uma reifeição tão boa. Fiquei observando o lugar, as pessoas e parecia estar em qualquer bom lugar no Brasil: todos muito bem vestidos e arrumados, a música italiana soava bem e, pela primeira vez, vi uns guatemaltecos mais bonitinhos (homens e mulheres) porque, até então….. Em geral, são tão feinhos!!! Claro que não tenho intenção de ofender a ninguém, principalmente porque são gente boa demais! É simplesmente um observação pessoal, de um viajante que quer mostrar o que vê!



Os meus dias na cidade da Guatemala têm sido bem calmos e sem muita novidade. É como estar em qualquer cidade grande do Brasil, estou um pouco ansioso para partir, apesar do montão de coisas que ainda gostaria de conhecer aqui. Informação: A Guatemala é um país onde se falam 24 dialetos, e o índice de analfabetismo é de quase 60%. Não por falta de escolas, mas sim porque os nativos não gostam de aprender o espanhol e, segundo informações, muito desses povos não ensinam escrita para as crianças devido ao fato de que serem poucas as pessoas que ainda sabem ler e escrever nos dialetos indígenas. E isso, aparentemente, é um grande empecilho para o desenvolvimento agropecuário do país, pois, os nativos possuem grande parte da terra disponível para plantio no país, mas somente a usam para plantar milho, feijão e outras coisas para a própria subsistência.



O energúmeno do presidente George W. Bush esteve aqui semana passada e trouxe consigo mais de 1500 agentes do serviço secreto e dois helicópteros Apache para sua segurança, agentes que fecharam boa parte das ruas do centro e tinham o direito de parar e revistar qualquer um que julgassem suspeitos… Olha o racial profiling aí no pedaço! Pode uma coisa dessas? Até aqui esse viado quer tomar conta? Houve alguns protestos, mas, nada que não pudesse ser abafado pela segurança e também na imprensa. E um dos assuntos a ser tratado era a ultilização das terras guatemaltecas para produção de cana de açúcar para fazer etanol. Mas, devido aos motivos acima mencionados, será difícil convencer os nativos a entrar nesse barco, não só pela falta de visão de negócios, mas também pela falta de interesse e capacidade de comunicação com os mesmos. (Info passada pelo meu amigo Arturo). Retornamos e ficamos assistindo a filmes até que um apagou de cá, outro de lá e ... ZZZZZZZZZZZZZZ!!!!!!!!!



Dia 22 de março
















Casa quase o dia todo, saí pra fazer umas compras e ficamos de bobeira. À noite, fizemos uma macarronada e assistimos a um filme, programinha bem de domingo. Acho que vou arrumar uma forma de dar rumo antes do dia 29, mesmo porque meus amigos têm que ir à Costa Rica e, se eu os acompanhar, vou passar batido por El Salvador, Honduras e Nicaragua.. Nah nah nah nah.. Nãao!!! Talvez saia na segunda-feira, mesmo porque temos uns passeios marcados para o final de semana. Ahh, mãe, você queria saber sobre minhas provas? Eu consegui entrar em contato com o escritório do OET e conseguir adiar minha prova para o dia 23 de Junho em Brasília, ir a Buenos Aires ia ser muito corrido e dispendioso. Três meses a mais, três meses menos.. whatever!!! Quem está na chuva e pra se molhar!



Dia 23 de março.


Heidi e Betina decidiram ficar um dia mais porque souberam que iríamos fazer um passeio de moto por umas estradas na serra a um dos vulcões. PS: Já tenho dois abrigos na Alemanha, hehehe!!
Acordamos tarde e depois de comer, partimos. O dia estava perfeito e a estrada relativamente vazia. Zum Zum Zum…………… Show de bola!



Na volta resolvemos passar por Antigua pra tomar um café e comer torta de maçã. Tranqüilidade total e muita risada! Entrei em uma lojinha que vendia uma camiseta com uma frase de “Che”, linda, mas eu estava sem dinheiro vivo e penso que comprarei depois. Ta aí “ UM ARGENTINO PORRETA!!!” Nunca achei que ia dizer isso, (hahaha!) mas, esse aí é exceção. (Pode ser que me engane, vamos ver quando for à Argentina...) Um cara com a consciência, a coragem e a disposição para ver esse abismo entre poucos ricos e a grande maioria paupérrima e fazer algo a respeito? Tenho que tirar o chapéu! A única coisa que não combina muito na cidade é que, invariavelmente, todas as janelas, de todos os andares, de todas as construções têm grades! Os hoteizinhos e pousadas ficam sempre trancados e tem-se que tocar a campainha para que alguém abra a porta.



Outra observação: em toda a Guatemala, todos os postos de gasolina, Mc Donalds, supermercados, condomínios, lojas de conveniência, caminhões de entrega e uma grande parte dos estabelecimentos de negócios, que movimentam um pouco mais de dinheiro, estão sempre escoltados e guardados por seguranças muito bem armados! Aqui mesmo onde vive o Arturo, são sempre dois na portaria, com escopetas e pistolas. Nunca vi tanta arma num lugar só como aqui em Guate. Pensei em todo o caminho que tenho a percorrer e me animei, mas fiquei um pouco triste por estar deixando esse país tão acolhedor e bonito. Inicialmente eu ficaria três dias na Guatemala, mas, aqui estou desde o dia 8 de marco. Quase três semanas ótimas e muito divertidas. Com certeza vou sentir saudades e hei de regressar! Beijussss, Guate!


Dia 24 de Março


3:30 da matina voltei com o Sdrubi (essa é a forma que as meninas falam o nome dele…. bem alemão!). Como eu havia combinado com o Arturo de sairmos às 6 pra encontrar o Mário e o resto da turma, para irmos à região de “Coban”, a mais ou menos uns 280 km da capital, onde há muitas cachoeiras e matas, acabei nem dormindo direito. O plano era de passarmos a noite por lá e retornar no domingo depois do almoço. Aí, empacotei bermuda, chinelo, toalha e protetor solar e caio. Nisto, bate na porta do quarto o Arturo, e é obvio que eu tinha finalmente conseguido cair no sono há pouquíssimo tempo, né? Bom, nada como um bom passeio de moto pra reenergizar. Ao chegarmos ao posto onde havíamos combinados de nos encontrar, liga o Mario: “Se travaran los frenos de mi BM doble V!” (v com som de “b”) ou BMW. Retornamos 1 km e lá estava ele, parado, sozinho, na frente do favelão! “Puta, hermano, que mierda!” Conseguimos destravar os freios o suficiente pra chegar até o posto.















Lá percebi que três das motos de uns outros amigos da turma aqui não tinham placa: haviam acabado de comprar e estavam esperando a documentação, o que leva em torno de duas semanas. Não pude deixar de perguntar como aquilo era possível e se a Polícia não os parava por isso. -La policia no para motos asi -Asi como? (perguntei)-Grandes. -Grandes como? O que quer dizer com grande?- Asi, como importadas!- Mas todas as motos da Guatemala são importadas! Você quer dizer: CARAS!!!-Pode se dizer isso! Estão mais preocupados em olhar as motos do que multá-las.
Não me surpreendi. Nossa, quanto trânsito já cortamos pelo acostamento, na frente de carros da polícia e eles só nos cumprimentam e nos vamos! Não haviam se passados 10 minutos e estaciona uma caminhotete da policia; os policiais descem e pedem pra tirar foto na moto. Hahaha, pode? Aí, aproveitei a chance e tirei uma fotinho deles tirando onda!


Depois me aparecem duas garotas, entre seus 18 e 20 anos, e pedem pra tirar uma foto comigo na moto. Hahaha… to podendo!! Enquanto o guincho não vinha, fui levá-lo na garupa pra buscar uma das duas outras motos que tem (exagero pouco é bobagem!), mas aí, parte da turma que teria que retornar no mesmo dia, (vocês sabem, aquela mesma história de sempre: que minha esposa me mata; que tenho que levar filho não sei onde etc e tal. QUEM MANDOU CASAR E TER FILHOS? HEHEHE!!) ...


Casa do Mário.


















Sua coleção






No final das contas fomos mesmo foi de regresso pra casa do Sr. Mario Calderon e fizemos um churrasquinho meia boca, de carne congelada porque ninguém se animava a sair, comprar, preparar acompanhamentos etc.

Condomínio

Viajar de grupo e isso aí; tem suas desvantagens também. Fiquei desapontado por não termos ido, mas, antes de ontem roubei umas fotos da câmera da Heidi, desse lugar, porque até então não sabia se ia ter a chance de conhecer. Lá pras nove da noite resolvemos descer até Antigua pra ver o que rolava e matar um pouco da vontade de pilotar que ficou na saudade na parte da manha. Encontramos um grupo de amigos do Arturo e por lá “nos quedamos” até uma da matina. PS: Perdi meu telefone celular, caiu dos bolsos frouxos de uma calca de algodão! E, quando retornei à moto, descobri a primeira coisa desagradável que me aconteceu na Guatemala: nada sério, mas, um ^%##&X^%#@#!**^%#!# havia roubado a capa da espuma do “guidom”. Pra quê? Não importaria tanto, mesmo porque não gosto muito daquilo, mas é que é ali que prendo, entre a espuma e a capa, os fios do meu GPS que são um pouquinho longos. Nada que 15 dólares não comprem. Nem pensei mais no assunto. Bla, bla, bla… Casa, banho, dentes, e cama. ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

Dia 25 de março


Domingão bravo, saí pra tirar umas fotos da cidade, pois ainda não me havia disposto a fazê-lo. Acabei ficando quase o dia todo fora.


Guate






































Ao fim da tarde, subi uma parte da serra e consegui umas fotos legal do sol abaixando por trás das montanhas, com a cidade abaixo. Lindo!

Quem disser que não lembra o mirante no "Alto das Mangabeiras" em Belo Horizonte está mentindo.





























Chegando a casa estava sem disposição pra arrumar minha bagunça. É impressionante o tanto de bagunça que minha tralha toda pode fazer, hehehe! Desde o inicio dessa viagem aprendi a me organizar muito mais, claro que não por escolha, mas por necessidade. Principalmente a colocar as chaves, carteira e outros documentos sempre no mesmo lugar. Depois de levar meia dúzia de sustos e um par de tempo tentando achar tais itens, individualmente ou uma combinação de probabilidade entre ele, acabei aprendendo. Well……. mais ou menos!
Tirei umas férias boas de todo o “carrega e descarrega moto” nessas últimas três semanas. Valeu mesmo!!!
Ah! Havia me esquecido de mencionar que, no dia 13, naquele vilarejo de Livingston, eu havia perdido minha carteira na mesa daquele buteco onde tomava uma cerveja uma BRAHVA, com o Maluco dos Dentes de Ouro. A carteira estava enrolada na camiseta, dentro da maletinha da máquina e caiu, quando eu a saquei pra tirar foto do Maluco tomando a cerveja. Só me dei conta do ocorrido quando fui pegar cinco quetzales pra comprar um bolo de uma senhora muito velhinha e, aparentemente, mais pra lá do que pra cá. Puta Merda, Mano! Com mais de uma hora do ocorrido, corri de volta ao bar e no caminho já estava a pensar na merda que ia ser. Imagina: carteira de motorista, cartões de crédito, documentos etc. Mas, quando cheguei perguntando por “mi billhetera” , lá estava a senhora, dona do bar, com ela na mão, sem faltar nada. Era pouco o que tinha, 20 ou 30 quetzales, entreguei a ela, agradeci e dei aquela respirada de alivio, enquanto um grupo de locais, tagarelavam sobre o assunto e riam da situação!
Havia também esquecido de mencionar uma coisa que meu primo Hélvio Romeiro ( O tio Hélvio) me chamou a ateção por MSN, um dia desse: que não havia explicado porque aqui a cerveja se chama BRAHVA e não BRAHMA. BOM, é que a palavra Brahma (com ou sem H, não estou certo...) aqui é usada para se referir quando uma fêmea esta no CIO, então, trocaram. Acho que (pra mim...) ia fazer o maior sucesso; imagina só a propaganda: “As mulheres bebem e ficam em Brahma!” hahaha!!!!Amanhã cedo saio pra El Salvador, por isso tenho que dormir. Fuiiiiiii!!!!