domingo, 25 de março de 2007

De 21 a 25 de março

Dia 21 de Marco, 2007

Acordei relativamente cedo pra quem tinha ido dormir às 4 da matina, bebi uns dois litros d’água!!! Eitcha ressaca brava! Saí pra comer e fazer umas fotos. Acredita que, no meio dessa cidadezinha, há um McDonalds, um Burger King e Domino’s Pizza?!!! (Passei longe) Mais tarde decidi retornar a Guate porque o Asdrubal me disse que sairíamos à noite com umas amigas alemãs que ele havia conhecido no final do ano passado. Decidi também porque não há muito o que se ver na região de Antigua, a não ser a própria cidade, suas construções, lojas e artesanato... embora seja um lugar muito bonito e o ambiente bem relaxing; um ótimo lugar pra se connhecer gente de todo o mundo.

Chegando a Guate, lavei roupa e esperei o Asdrubal chegar para sairmos pra night para comer e, se tivéssemos ânimo, também ir a uma boate.











As meninas são Betina e Heidi; duas alemãs que estão viajando de mochila pela América Central desde o dia 1 de Novembro, fazendo diversos tipos de trabalho voluntário, inclusive de “MIDWIFE” ou, em bom português e em velhos costumes, “parteiras”! Também ficaram duas semanas em uma das ilhas da costa de Belize, trabalhando como “contadoras de lagosta”, usando máscaras e snorkle, nadando ao redor dos recifes. (isso que é trabalho!!!!!) Pelo fato de estar fora da época de pesca da lagosta, o governo tenta manter um certo controle sobre o número de tais criaturas, mas, quando se referem a esse trabalho, elas sempre se põem a rir porque, apesar da pesca proibida, dizem ter conseguido contar somente seis dúzias em duas semanas de trampo! Essas sim são corajosas, já foram a 1000 lugares e me deram várias dicas. Estão aqui no quarto de hóspedes e amanhã se vão para a Nicarágua. Vão ficar por duas ou três semanas: a Heidi quer aprender a surfar e a Nicarágua é conhecida como um bom lugar para esse esporte.

Tutti bona gente...





Procissão! Se arrastando que nem cobra pelo chão.















Tomamos banho e fomos ao centro da cidade, onde Asdrubal nos levou a um restaurante italiano lindo com uma comida... waw, fantástica! Havia muito tempo que não fazia uma reifeição tão boa. Fiquei observando o lugar, as pessoas e parecia estar em qualquer bom lugar no Brasil: todos muito bem vestidos e arrumados, a música italiana soava bem e, pela primeira vez, vi uns guatemaltecos mais bonitinhos (homens e mulheres) porque, até então….. Em geral, são tão feinhos!!! Claro que não tenho intenção de ofender a ninguém, principalmente porque são gente boa demais! É simplesmente um observação pessoal, de um viajante que quer mostrar o que vê!



Os meus dias na cidade da Guatemala têm sido bem calmos e sem muita novidade. É como estar em qualquer cidade grande do Brasil, estou um pouco ansioso para partir, apesar do montão de coisas que ainda gostaria de conhecer aqui. Informação: A Guatemala é um país onde se falam 24 dialetos, e o índice de analfabetismo é de quase 60%. Não por falta de escolas, mas sim porque os nativos não gostam de aprender o espanhol e, segundo informações, muito desses povos não ensinam escrita para as crianças devido ao fato de que serem poucas as pessoas que ainda sabem ler e escrever nos dialetos indígenas. E isso, aparentemente, é um grande empecilho para o desenvolvimento agropecuário do país, pois, os nativos possuem grande parte da terra disponível para plantio no país, mas somente a usam para plantar milho, feijão e outras coisas para a própria subsistência.



O energúmeno do presidente George W. Bush esteve aqui semana passada e trouxe consigo mais de 1500 agentes do serviço secreto e dois helicópteros Apache para sua segurança, agentes que fecharam boa parte das ruas do centro e tinham o direito de parar e revistar qualquer um que julgassem suspeitos… Olha o racial profiling aí no pedaço! Pode uma coisa dessas? Até aqui esse viado quer tomar conta? Houve alguns protestos, mas, nada que não pudesse ser abafado pela segurança e também na imprensa. E um dos assuntos a ser tratado era a ultilização das terras guatemaltecas para produção de cana de açúcar para fazer etanol. Mas, devido aos motivos acima mencionados, será difícil convencer os nativos a entrar nesse barco, não só pela falta de visão de negócios, mas também pela falta de interesse e capacidade de comunicação com os mesmos. (Info passada pelo meu amigo Arturo). Retornamos e ficamos assistindo a filmes até que um apagou de cá, outro de lá e ... ZZZZZZZZZZZZZZ!!!!!!!!!



Dia 22 de março
















Casa quase o dia todo, saí pra fazer umas compras e ficamos de bobeira. À noite, fizemos uma macarronada e assistimos a um filme, programinha bem de domingo. Acho que vou arrumar uma forma de dar rumo antes do dia 29, mesmo porque meus amigos têm que ir à Costa Rica e, se eu os acompanhar, vou passar batido por El Salvador, Honduras e Nicaragua.. Nah nah nah nah.. Nãao!!! Talvez saia na segunda-feira, mesmo porque temos uns passeios marcados para o final de semana. Ahh, mãe, você queria saber sobre minhas provas? Eu consegui entrar em contato com o escritório do OET e conseguir adiar minha prova para o dia 23 de Junho em Brasília, ir a Buenos Aires ia ser muito corrido e dispendioso. Três meses a mais, três meses menos.. whatever!!! Quem está na chuva e pra se molhar!



Dia 23 de março.


Heidi e Betina decidiram ficar um dia mais porque souberam que iríamos fazer um passeio de moto por umas estradas na serra a um dos vulcões. PS: Já tenho dois abrigos na Alemanha, hehehe!!
Acordamos tarde e depois de comer, partimos. O dia estava perfeito e a estrada relativamente vazia. Zum Zum Zum…………… Show de bola!



Na volta resolvemos passar por Antigua pra tomar um café e comer torta de maçã. Tranqüilidade total e muita risada! Entrei em uma lojinha que vendia uma camiseta com uma frase de “Che”, linda, mas eu estava sem dinheiro vivo e penso que comprarei depois. Ta aí “ UM ARGENTINO PORRETA!!!” Nunca achei que ia dizer isso, (hahaha!) mas, esse aí é exceção. (Pode ser que me engane, vamos ver quando for à Argentina...) Um cara com a consciência, a coragem e a disposição para ver esse abismo entre poucos ricos e a grande maioria paupérrima e fazer algo a respeito? Tenho que tirar o chapéu! A única coisa que não combina muito na cidade é que, invariavelmente, todas as janelas, de todos os andares, de todas as construções têm grades! Os hoteizinhos e pousadas ficam sempre trancados e tem-se que tocar a campainha para que alguém abra a porta.



Outra observação: em toda a Guatemala, todos os postos de gasolina, Mc Donalds, supermercados, condomínios, lojas de conveniência, caminhões de entrega e uma grande parte dos estabelecimentos de negócios, que movimentam um pouco mais de dinheiro, estão sempre escoltados e guardados por seguranças muito bem armados! Aqui mesmo onde vive o Arturo, são sempre dois na portaria, com escopetas e pistolas. Nunca vi tanta arma num lugar só como aqui em Guate. Pensei em todo o caminho que tenho a percorrer e me animei, mas fiquei um pouco triste por estar deixando esse país tão acolhedor e bonito. Inicialmente eu ficaria três dias na Guatemala, mas, aqui estou desde o dia 8 de marco. Quase três semanas ótimas e muito divertidas. Com certeza vou sentir saudades e hei de regressar! Beijussss, Guate!


Dia 24 de Março


3:30 da matina voltei com o Sdrubi (essa é a forma que as meninas falam o nome dele…. bem alemão!). Como eu havia combinado com o Arturo de sairmos às 6 pra encontrar o Mário e o resto da turma, para irmos à região de “Coban”, a mais ou menos uns 280 km da capital, onde há muitas cachoeiras e matas, acabei nem dormindo direito. O plano era de passarmos a noite por lá e retornar no domingo depois do almoço. Aí, empacotei bermuda, chinelo, toalha e protetor solar e caio. Nisto, bate na porta do quarto o Arturo, e é obvio que eu tinha finalmente conseguido cair no sono há pouquíssimo tempo, né? Bom, nada como um bom passeio de moto pra reenergizar. Ao chegarmos ao posto onde havíamos combinados de nos encontrar, liga o Mario: “Se travaran los frenos de mi BM doble V!” (v com som de “b”) ou BMW. Retornamos 1 km e lá estava ele, parado, sozinho, na frente do favelão! “Puta, hermano, que mierda!” Conseguimos destravar os freios o suficiente pra chegar até o posto.















Lá percebi que três das motos de uns outros amigos da turma aqui não tinham placa: haviam acabado de comprar e estavam esperando a documentação, o que leva em torno de duas semanas. Não pude deixar de perguntar como aquilo era possível e se a Polícia não os parava por isso. -La policia no para motos asi -Asi como? (perguntei)-Grandes. -Grandes como? O que quer dizer com grande?- Asi, como importadas!- Mas todas as motos da Guatemala são importadas! Você quer dizer: CARAS!!!-Pode se dizer isso! Estão mais preocupados em olhar as motos do que multá-las.
Não me surpreendi. Nossa, quanto trânsito já cortamos pelo acostamento, na frente de carros da polícia e eles só nos cumprimentam e nos vamos! Não haviam se passados 10 minutos e estaciona uma caminhotete da policia; os policiais descem e pedem pra tirar foto na moto. Hahaha, pode? Aí, aproveitei a chance e tirei uma fotinho deles tirando onda!


Depois me aparecem duas garotas, entre seus 18 e 20 anos, e pedem pra tirar uma foto comigo na moto. Hahaha… to podendo!! Enquanto o guincho não vinha, fui levá-lo na garupa pra buscar uma das duas outras motos que tem (exagero pouco é bobagem!), mas aí, parte da turma que teria que retornar no mesmo dia, (vocês sabem, aquela mesma história de sempre: que minha esposa me mata; que tenho que levar filho não sei onde etc e tal. QUEM MANDOU CASAR E TER FILHOS? HEHEHE!!) ...


Casa do Mário.


















Sua coleção






No final das contas fomos mesmo foi de regresso pra casa do Sr. Mario Calderon e fizemos um churrasquinho meia boca, de carne congelada porque ninguém se animava a sair, comprar, preparar acompanhamentos etc.

Condomínio

Viajar de grupo e isso aí; tem suas desvantagens também. Fiquei desapontado por não termos ido, mas, antes de ontem roubei umas fotos da câmera da Heidi, desse lugar, porque até então não sabia se ia ter a chance de conhecer. Lá pras nove da noite resolvemos descer até Antigua pra ver o que rolava e matar um pouco da vontade de pilotar que ficou na saudade na parte da manha. Encontramos um grupo de amigos do Arturo e por lá “nos quedamos” até uma da matina. PS: Perdi meu telefone celular, caiu dos bolsos frouxos de uma calca de algodão! E, quando retornei à moto, descobri a primeira coisa desagradável que me aconteceu na Guatemala: nada sério, mas, um ^%##&X^%#@#!**^%#!# havia roubado a capa da espuma do “guidom”. Pra quê? Não importaria tanto, mesmo porque não gosto muito daquilo, mas é que é ali que prendo, entre a espuma e a capa, os fios do meu GPS que são um pouquinho longos. Nada que 15 dólares não comprem. Nem pensei mais no assunto. Bla, bla, bla… Casa, banho, dentes, e cama. ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

Dia 25 de março


Domingão bravo, saí pra tirar umas fotos da cidade, pois ainda não me havia disposto a fazê-lo. Acabei ficando quase o dia todo fora.


Guate






































Ao fim da tarde, subi uma parte da serra e consegui umas fotos legal do sol abaixando por trás das montanhas, com a cidade abaixo. Lindo!

Quem disser que não lembra o mirante no "Alto das Mangabeiras" em Belo Horizonte está mentindo.





























Chegando a casa estava sem disposição pra arrumar minha bagunça. É impressionante o tanto de bagunça que minha tralha toda pode fazer, hehehe! Desde o inicio dessa viagem aprendi a me organizar muito mais, claro que não por escolha, mas por necessidade. Principalmente a colocar as chaves, carteira e outros documentos sempre no mesmo lugar. Depois de levar meia dúzia de sustos e um par de tempo tentando achar tais itens, individualmente ou uma combinação de probabilidade entre ele, acabei aprendendo. Well……. mais ou menos!
Tirei umas férias boas de todo o “carrega e descarrega moto” nessas últimas três semanas. Valeu mesmo!!!
Ah! Havia me esquecido de mencionar que, no dia 13, naquele vilarejo de Livingston, eu havia perdido minha carteira na mesa daquele buteco onde tomava uma cerveja uma BRAHVA, com o Maluco dos Dentes de Ouro. A carteira estava enrolada na camiseta, dentro da maletinha da máquina e caiu, quando eu a saquei pra tirar foto do Maluco tomando a cerveja. Só me dei conta do ocorrido quando fui pegar cinco quetzales pra comprar um bolo de uma senhora muito velhinha e, aparentemente, mais pra lá do que pra cá. Puta Merda, Mano! Com mais de uma hora do ocorrido, corri de volta ao bar e no caminho já estava a pensar na merda que ia ser. Imagina: carteira de motorista, cartões de crédito, documentos etc. Mas, quando cheguei perguntando por “mi billhetera” , lá estava a senhora, dona do bar, com ela na mão, sem faltar nada. Era pouco o que tinha, 20 ou 30 quetzales, entreguei a ela, agradeci e dei aquela respirada de alivio, enquanto um grupo de locais, tagarelavam sobre o assunto e riam da situação!
Havia também esquecido de mencionar uma coisa que meu primo Hélvio Romeiro ( O tio Hélvio) me chamou a ateção por MSN, um dia desse: que não havia explicado porque aqui a cerveja se chama BRAHVA e não BRAHMA. BOM, é que a palavra Brahma (com ou sem H, não estou certo...) aqui é usada para se referir quando uma fêmea esta no CIO, então, trocaram. Acho que (pra mim...) ia fazer o maior sucesso; imagina só a propaganda: “As mulheres bebem e ficam em Brahma!” hahaha!!!!Amanhã cedo saio pra El Salvador, por isso tenho que dormir. Fuiiiiiii!!!!