sexta-feira, 16 de março de 2007

Dia 15 e 16 de Março

Dia 15 de Março.


Hoje o dia começou cedo: assim que acordamos tive que arrumar todas minhas tralhas porque a princípio iríamos a Puerto Barrios onde o Rodolfo resolveria uns assuntos no Ministério Público, enquanto eu ia bater perna. Mas, como ele não havia conseguido a cópia do registro das armas roubadas, nada tínhamos por fazer lá. Então, me despedi de Erlinda e Leonício e saímos. Vou sentir saudades de Rio Dulce!! Mas, a vida continua e tenho um caminho muito grande a percorrer.
A saudade da família e dos amigos apertou um pouquinho assim que peguei a estrada, mas todas as paisagens novas e curiosidades do caminho acabaram me distraindo, e, bem acompanhado de muita MPB , eu me senti mais tranqüilo novamente.O que mais me chamou atenção na estrada em si é que em várias retas havia faixas contínuas, as quais passavam a ser interrompidas quando nos aproximávamos de curvas. Em alguns casos, continuavam interrompidas por toda a extensão da curva. Primeiramente achei que havia visto errado, mas, é isso mesmo! Até pensei em parar e tirar umas fotos pra não dizerem que é história de pescador, mas, o calor não permitiu. Outra peculiaridade e que dividíamos a estrada com caminhões, carros, motocicletas, ônibus escolares e crianças em scooters que, sem capacete e descalças, batalhavam por seu espaço na estrada em obras. Havia ainda um sol ardente e um chato engarrafamento.
Por isso, a viagem pareceu ser muito mais longe do que realmente era. E o ar que por mim passava, mesmo a 120 km/h, parecia não refrescar. Mais ou menos na metade do caminho avistei a fábrica da AMBEV. Aí tive que parar e tirar uma fotinho pra Carol. PS: Carol, você me deve um litro de água; foi o que perdi em cinco minutos que estive parado para tirar a máquina da bagagem e tirar a foto.




Foi só então que o Rodolfo me disse que aquela região era a mais quente da Guatemala e que os locais diziam que o inferno estava a um metro abaixo. Só porque eles nunca passaram por Governador Valadares… ah, ali sim é o inferno! Outra coisa que me chamou a atenção é que muitas pequenas companhias usam aqueles ônibus iguais aos escolares nos Estados Unidos, sempre de porta aberta, onde, invariavelmente, tem um Miguelito de pé.

E aí, Miguel?


Só fui entender o porquê das faixas erradas depois. Bom, aqui ninguém respeita faixa contínua (mesmo as que estão bem pintadas e nos locais corretos). Todo mundo se mete na pista da esquerda, sem se preocupar demais com o que está pra apontar no alto da subida! Os Miguelitos só entram em ação quando aponta um veículo na direção oposta. Os ônibus – obviamente - não têm potência pra ir mais rápido do que 50km/h e, portanto, uma ultrapassagem pode demorar o que parece ser um século. O motorista do ônibus que tenta passar, então, acena aos veículos para que diminuam ou vão ao acostamento! Incrível! Não foi uma ou duas vezes não, foram várias! E, o que é pior: seguram os que têm velocidade e potência pra passar. LOUCURA, LOUCURA, LOUCURA, diria Luciano Huck.
Chegar à regão metropolitana da Ciudad de Guatemala é como chegar a qualquer periferia de cidade grande no Brasil, aliás, lembrou muito BH, por causa das montanhas, porém, aqui são todas tomadas por barracos. Não deu pra ver muita coisa porque fomos direto a casa do Rodolfo onde ia esperar o Arturo sair do trampo pra me buscar. Lá, tive a chance de mandar uns e-mails e bater um papinho com a Rê no computador. Saudades de você, Magrela!Conheci a namorada do Rodolfo, uma simpatia de menina, e ali ficamos de papo até que me fui. Estava um prego, tomei um banho e apaguei!

Dia 16 de março.

Assim que acordamos fomos à loja da BMW pra comprar uma das lâmpadas do meu farol que havia queimado. Mais uma vez, a simpatia do povo Guatemalteco me tocou. Devo ter conversado com umas vinte pessoas, só dentro da concessionária. Depois partimos para fazer um passeio rápido pelas avenidas e ruas. O trânsito é uma loucura, ninguém respeita ninguém, buzinam pacas, enfiam onde não devem. Motoqueiros mil cruzam canteiros, sobem nas calçadas e se enfiam em qualquer lugar que der pra passar, sem nem ligar pros outros motoristas ou pedestres que estão no caminho E, apesar do número imenso, impressionante, de policiais nas ruas, nada é feito! Mais uma vez a cidade me lembrou BH. Na verdade é bem parecida, com muito morro e bastante verde. A diferença é que aqui é bem mais, digo: mucho mas, americanizado: Burguer King, Dominos Pizza, McDonalds, Starbucks, Quiznos etc e tal. Aliás, grande parte dos motoqueiros nas ruas são dessas redes de Fast Food. Isso mesmo, aqui McDonalds faz delivery, bem como todos os outros.
Em uma observação pessoal, notei que 98% dos carros que circulam aqui são exatamente os mesmos que se vê nos EUA: BMW, LEXUS, NISSAN, TOYOTAS, HONDAS, GMC, FORD, além de PEGEOUTS e RENAUTS. Vi somente um Golzinho e um Palio!!!
Já no México vi circular todas as porcarias que aí no Brasil temos: FORD KA, FIESTA, FIAT UNO e outros.
A cidade é bonitinha e não vi trombadinhas ainda. Depois de almoçarmos, fomos à casa de um amigo do Arturo e por lá ficamos até de tardezinha; uma casa linda, bem no alto da montanha O caminho de volta foi lindo: em um ponto tínhamos vista de toda a cidade e, ao fundo, o sol que se punha atrás dos vulcões (imensos!) que circulam a cidade. Paramos e ficamos a observar, mas, infelizmente não tinha trazido minha câmera. Amanhã, com certeza! Nada mais a contar por enquanto. Vou descansar porque vamos sair mais tarde. Fuiiiiiiiii!!!!!
De noite, fomos a um lugarzinho super charmoso e aconchegante, um calçadão cheio de bares, boates e restaurantes. Sentamos, ficamos observando o movimento, comemos e fomos para casa porque, amanhã cedo, vamos sair pra conhecer um lago ao pé dos vulcões.