terça-feira, 6 de março de 2007

Belize - México de 5 a 6/03

Dia 05/03

Acordei junto com o sol, fiz um café e fui até o despachante que me levou ao porto. Lá fui seguindo os passos dele, que nem aqueles peixes que nadam junto com os tubarões… ele dizia: “vem aqui”, eu ia; “me dá 11 dólares belizeanos”, eu dei. Pagou uma via que dizia ser 54 dólares, mas que, por algum motivo desconhecido, só tive que pagar aqueles 11. Fomos para uma sala onde uma senhora pediu todos os documentos da moto e me disse que o despachante “Herbert” tinha explicado a situação pra eles e que, como cortesia, eu não iria ter que pagar imposto sobre a moto. Uuauauauauaua! Aí, ele se vira pra mim e diz: “Trabalho com a alfândega desde os 12 anos, só importa aqui quem você conhece!” Até parece um lugar que conheço…

No final da história, resolvemos tudo em menos de uma hora. Ele me disse que ainda tive sorte porque uma telefonista foi despedida da maior companhia de Belize City, sem razão e sem explicações e que, por isto, a cidade, em protesto, ia parar ao meio dia. Fiquei admirado, mas, (ufa!) me livrei dessa. Paguei a um caminhoneiro, que trabalha para o Herbert, pra entregar a moto lá no hotel e voltei. Fiquei esperando uma hora, duas horas….(parecia criança esperando a mãe voltar do supermercado com o sorvete) com minhas ferramentas em punho. Mas, nada fazia aquele caminhão vir mais rápido. Então, os taxistas, que ficam sentados na frente do hotel o dia inteiro e não fazem nada (não sei como pagam as contas...) me disseram: “Pode deixar que chega, é que as coisas aqui andam meio devagar, no ritmo de Belize.” Daí então até me acalmei, pensando no montão de imprevistos e coisas que no início deram errado e que, no final, acabaram dando certo. Parece que a vida, no final, acha algum tipo de equilíbrio. É o que até agora tem funcionado pra mim!

Bom, ela chegou e passei a minha tarde toda montando as coisas que haviam sido retiradas para o transporte, instalei uma buzina nova que tinha comprado e, no finalzinho da tarde, estava rodando atrás de comida e gasolina. Retornei ao hotel, arrumei toda minha tralha e deixei tudo pronto pra poder sair pela manhã, rumo ao México.


Dia 06/03

Tudo preparado pra sair, terça-feira de sol e penso que trarei comigo toda a generosidade e gentileza do povo de Belize. Problemas sociais à parte, o povo belizenho é atencioso e disposto a conversar com você que o visita. Apesar de possuírem uma incrível inabilidade de passar informações sobre direções…hahaha ! As três primeiras pessoas a quem precisei pedir informação, dispararam a falar e fazer gestos pra virar, pra descer, subir, como se eu fosse íntimo do lugar. Assim: “Vai aqui, e mais lá pra frente vira à esquerda e, na frente da loja do Zé, segue pra lá…” Apontando os dedos em uma direção aleatória, aleatória pra mim porque eu não conhecia o lugar, é claro! Aí, desisti e me virei bem, sozinho. Tchau ,Belize, espero, de verdade, um dia conseguir voltar!



Tô igual
retirante.















Saí carregado… So much bulshit you have to carry!! Shakespeare já dizia: “He, who rides a motorcycle……. Has to learn how to strap all kinds of shit to thy bike” ( hahaha ) Segui rumo ao norte e acabei desviando meu caminho um pouquinho pra passar por umas ruínas Maias, chamadas de “ALTUM HA”, uma estradinha estreitérrima, cheia de buracos e partes sem pavimento, mas cheguei inteiro.



Esse é
um nome
forte.











Muito bonito











Cheguei, tirei umas fotos, andei um pouquinho e saí vazado. Talvez, se tivesse um guia pra contar as histórias, fosse muito mais interessante, mas eu tinha que ir porque estava decidido a chegar a Playa Del Carmem ainda durante o dia. E foi isto que fiz.

A viagem foi tranqüila, a paisagem dessa parte de Belize parece, em alguns lugares, com o Cerrado de Goiás, em outros, como o interior de São Paulo , cheio de cana de açúcar! Chegando à fronteira, também foi tudo tranqüilo pra sair de Belize; paguei alguma coisinha e fui para a o lado do México. Ali me pararam e me mandaram a um escritório onde averiguaram o visto e tudo mais. Depois fui para um outro lugar a alguns metros pra fazer a documentação da moto. Tudo pronto, fui passar pelos portões propriamente ditos, onde olham tudo de novo. Fizeram-me umas perguntinhas e me mandaram passar. Mas, 30 metros depois havia a barreira do exército; encostei embaixo de um toldo e vêm quatro caras armados de metralhadoras que, quando eu observava de longe, estavam debulhando os carros que passavam. Ai, pensei : “puta quil paril”, vou ter que desmontar toda essa porra pra esses caras olharem 7 cuecas, 7 camisas, 2 bermudas, 7 pares de meia e 2 calças?! Tinha mais máquina fotográfica, filmadora, laptop… Tudo certinho, mas, dá o maior trabalho desembalar e é peso pra porra….”Aí, parece que, mais uma vez, “as energias do universo” estavam boas pro meu lado. Um dos caras perguntou de onde eu era, respondi e ele começou a falar de futebol, de mulher brasileira. Resultado: em dois minutos eu estava no meu caminho. Hahahaha!!!


Entrar no México foi uma melhora muito grande em relação a Belize, no que diz respeito à modernidade e infra-estrutura, pelo menos nessa região. As estradas ficaram boas imediatamente, foi como sair de Minas e entrar em São Paulo! Hehe! Parei pra abastecer, já tinha planejado chegar com o tanque vazio ao México, porque aqui a gasolina é menos que a metade do preço de Belize, onde custa a “bagatela” de 5 dólares americanos por galão. Vão quase dez galões no tanque, o que significa quase 50 dólares. Já no México, enchi o tanque com 15,50 doóares! huahuahua!

A viagem foi tranqüila e prazerosa. Chegando a Playa Del Carmem, fui achar um hotel, processo esse que demorou um pouquinho, porque, devido ao Spring Break nos Estado Unidos, estava tudo cheio, e o que tinha sobrado era caro. Mas, depois de falar com um e com outro, achei um que é lindinho e bem no meio da muvuca.
Hotel
Maria Bonita,
acrdite se
quiser.
Muvuca













Playa del Carmen é tudo de bom, tudo muito aconchegante, lugares pequenos, muito coloridos! Agora vou terminar meu lanche aqui e vou subir pro hotel porque to um bagaço!













Cheguei ao Hotel e a noite estava muito linda! Não resisti, peguei minha câmera e fui tirar umas fotos. Ao retornar ao hotel, atravessei a rua para ter um bom ângulo e escutei uma música conhecida…era Djavan! O pastel aqui não tinha visto ainda que tinha uma churrascaria brasileira -“Ipanema Grill”- bem pertinho. Pra variar, o gerente é um gaúcho que vive aqui há seis anos e me disse que o sonho dele era viajar de moto pro Brasil,. Dei a maior força e amanhã talvez retorne pra tomar uma caipirinha! Huahuahua!