Acordei junto com o sol, fiz um café e fui até o despachante que me levou ao porto. Lá fui seguindo os passos dele, que nem aqueles peixes que nadam junto com os tubarões… ele dizia: “vem aqui”, eu ia; “me dá 11 dólares belizeanos”, eu dei. Pagou uma via que dizia ser 54 dólares, mas que, por algum motivo desconhecido, só tive que pagar aqueles 11. Fomos para uma sala onde uma senhora pediu todos os documentos da moto e me disse que o despachante “Herbert” tinha explicado a situação pra eles e que, como cortesia, eu não iria ter que pagar imposto sobre a moto. Uuauauauauaua! Aí, ele se vira pra mim e diz: “Trabalho com a alfândega desde os 12 anos, só importa aqui quem você conhece!” Até parece um lugar que conheço…
Tô igual
Cheguei, tirei umas fotos, andei um pouquinho e saí vazado. Talvez, se tivesse um guia pra contar as histórias, fosse muito mais interessante, mas eu tinha que ir porque estava decidido a chegar a Playa Del Carmem ainda durante o dia. E foi isto que fiz.
A viagem foi tranqüila, a paisagem dessa parte de Belize parece, em alguns lugares, com o Cerrado de Goiás, em outros, como o interior de São Paulo , cheio de cana de açúcar! Chegando à fronteira, também foi tudo tranqüilo pra sair de Belize; paguei alguma coisinha e fui para a o lado do México. Ali me pararam e me mandaram a um escritório onde averiguaram o visto e tudo mais. Depois fui para um outro lugar a alguns metros pra fazer a documentação da moto. Tudo pronto, fui passar pelos portões propriamente ditos, onde olham tudo de novo. Fizeram-me umas perguntinhas e me mandaram passar. Mas, 30 metros depois havia a barreira do exército; encostei embaixo de um toldo e vêm quatro caras armados de metralhadoras que, quando eu observava de longe, estavam debulhando os carros que passavam. Ai, pensei : “puta quil paril”, vou ter que desmontar toda essa porra pra esses caras olharem 7 cuecas, 7 camisas, 2 bermudas, 7 pares de meia e 2 calças?! Tinha mais máquina fotográfica, filmadora, laptop… Tudo certinho, mas, dá o maior trabalho desembalar e é peso pra porra….”Aí, parece que, mais uma vez, “as energias do universo” estavam boas pro meu lado. Um dos caras perguntou de onde eu era, respondi e ele começou a falar de futebol, de mulher brasileira. Resultado: em dois minutos eu estava no meu caminho. Hahahaha!!!
Entrar no México foi uma melhora muito grande em relação a Belize, no que diz respeito à modernidade e infra-estrutura, pelo menos nessa região. As estradas ficaram boas imediatamente, foi como sair de Minas e entrar em São Paulo! Hehe! Parei pra abastecer, já tinha planejado chegar com o tanque vazio ao México, porque aqui a gasolina é menos que a metade do preço de Belize, onde custa a “bagatela” de 5 dólares americanos por galão. Vão quase dez galões no tanque, o que significa quase 50 dólares. Já no México, enchi o tanque com 15,50 doóares! huahuahua!
A viagem foi tranqüila e prazerosa. Chegando a Playa Del Carmem, fui achar um hotel, processo esse que demorou um pouquinho, porque, devido ao Spring Break nos Estado Unidos, estava tudo cheio, e o que tinha sobrado era caro. Mas, depois de falar com um e com outro, achei um que é lindinho e bem no meio da muvuca.
Cheguei ao Hotel e a noite estava muito linda! Não resisti, peguei minha câmera e fui tirar umas fotos. Ao retornar ao hotel, atravessei a rua para ter um bom ângulo e escutei uma música conhecida…era Djavan! O pastel aqui não tinha visto ainda que tinha uma churrascaria brasileira -“Ipanema Grill”- bem pertinho. Pra variar, o gerente é um gaúcho que vive aqui há seis anos e me disse que o sonho dele era viajar de moto pro Brasil,. Dei a maior força e amanhã talvez retorne pra tomar uma caipirinha! Huahuahua!