sábado, 10 de março de 2007

Fotos de TIKAL

Caminho para as Ruínas



















Mundo perdido e a galera que já esperava o pôr do sol.
















Esse tipo de Tucano não tem por aqui

















Onde
está
Wally?









No topo,
só espetáculo.
















Visão do Templo do Sol

















O fim do dia...


















Outras partes das Ruínas





Eu queria que meu quarto fosse aí.

























































De bobeira até ir embora...

















Até mais...

Guatemala 10/03

Hoje acordei às 4:30 da manhã, sai junto com um Grupo e fomos ver o nascer do sol no alto do templo IV. Infelizmente, a neblina não ajudou, mas, no caminho vi um batalhão de vaga-lumes gigantes criando um festival de luzes. Trata-se de um tipo diferente dos que estamos acostumados a ver no Brasil; este é bem maior e, além da luz amarela na barriga, tem duas outras luzes verdes no alto da cabeça. Depois de 25 minutos de caminhada, chegamos ao templo e, por uma estreita escada de madeira, subimos lentamente até alcançarmos o topo, A neblina era grossa e espessa.

Assim que começou a clarear começaranm rugidos altíssimos, de todos os lados. Meio tímidos e poucos inicialmente, foram aumentando até que centenas deles, em diversos níveis de som, deixaram-nos espantados com o volume. E assim foi por mais ou menos uns 30 minutos. Tais rugidos, tão altos, fizeram, a principio, com que todos pensassem que eram os jaguares, pois, existem cinco espécies diferentes no parque. No entanto, pra surpresa de todos, o guia nos informa que são de macacos pequenos que têm as cordas vocais de um leopardo. Gravei tudo na filmadora e agora tenho que descobrir como passar pro computador.

Quando a penumbra vai diminuindo e o sol desponta no horizonte, como se fosse outro (dos muitos...) passe de mágica, os macacos se calam, todos ao mesmo tempo, e começam a cantar os pássaros. Logo clareia mais e podemos avistar tucanos, macacos-aranha e dezenas de outras aves. Foi divino!

Caminhamos em um grupo de mais ou menos dez pessoas e o guia passava toneladas de informações sobre os Mayas. Explicou que o povo só passou a ser chamado maia porque, quando Hernan Cortez chegou à região, tentou se comunicar em espanhol e os nativos respondiam: “Ma-ya” (intonacao no ya), o que significa “Não entendo”. E assim ficou. O povo que foi encontrado aqui, nas cidades, chamava-se “tzea” e já não eram Mayas puros porque, 800 anos depois de Cristo, a cidade de Tikal foi abandonada pelo seu povo devido à falta de água e infertilidade do solo. E esses problemas ocorreram por causa da mistura dos Mayas originais com as culturas Asteca e Tolteca; mudaram sua forma de cultivo e, com desmatamentos e queimadas o solo, a região tornou-se infértil e a água escassa. Aliás, a falta de rios e riachos foi uma das coisas que me chamou a atenção. A mescla do povo Maya também fez a cultura passar de monoteísta a politeísta, descaracterizando-o. E o império foi-se acabando por falta de recursos e perda da antiga identidade que havia preservado a região.

A cidade de Tikal tem sua origem em torno de 800 aC e foi abandonada 900dC. Como disse anteriormente, é a maior cidade arqueológica conservada do planeta. São 10.000 estruturas, compostas por seis grandes templos principais; pelos “palácios” de pedra, onde viviam os ricos; pelas casas de cedro e piaçava dos pobres que, por isso, não existem mais. O parque existe desde 1979 e foi tombado pela UNESCO. A área acessível do parque representa somente cerca de 6% de toda a área de 576 quilômetros quadrados de uma natureza exuberante e fauna abundante. Agora entendo porque meu camarada George (meu instrutor de mergulho de San Pedro) possui 700 e tantos hectares de terra aqui, onde instalou sua ONG para preservação da fauna e ensino aos nativos de como cultivar sem estragar a terra… é porque e lindo aqui!

TIKAL e a segunda maior cidade Maia que já existiu, a primeira se chama: EL MIRADOR, cuja praça central é do tamanho de três campos de futebol. É muiiiiiittttooooo maior! Agora vem a parte melhor: os guias daqui organizam, uma vez por mês ou a cada três semanas, uma expedição a El MIRADOR, porque não existem estradas e são três dias de caminhada na mata até alcançá-la. Gastam-se dois dias pra conhecer e então se retorna. Eu Quero!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Você paga a bagatela de 250 dólares, preço que inclui, barracas, comida, bebida e transporte de 4x4 por um pedaço que leva ao acesso mais próximo. Dá pra imaginar? Tem os chicanitos que carregam toda a tralha, o turista tem só que ir! Montam as barracas e tudo mais! Infelizmente dizem que a próxima só irá sair no próximo sábado, daqui a uma semana, e acho que não vai dar pra esperar! Buáááá!! Mas, ainda há esperanças, que uma saia amanhã, vamos ver. Se eu sumir, vocês já sabem, ou estou a caminho de El Mirador ou fui comido por uma onça! Fêmea de preferência!

OBS: Bruno também é cultura: El Mirador e a cidade Maia maior e também a mais antiga, datando de 1500 AC.

Bom, nesse grupo conheci alguns franceses, um espanhola que está viajando a América Central sozinha. Chama-se Sara, tem seus 30 anos mais ou menos, e uma Argentina, a Maria. Os franceses Laurent, Gwen e Silvan são um barato. Tinha uma turma de Copenhagen também. Estão todos em FLORES, a cidade mais próxima daqui, a 63 Km. Hoje vou encontrá-los lá, mais à noite. Mais tarde vou procurar ver minha rota daqui por diante, ainda não sei… nem mapa tenho ainda, acreditem ou não!

Ei-los...
Depois de voltar de minhas caminhadas pelas ruínas, retornei ao quarto onde dormi um pouco, pois, na noite passada fiquei acordado até tarde A noite estava perfeita e no pátio do restaurante conheci um guatemalteco, o Ricardo, dois garotos que trabalham no restaurante e um canadense, o Larry que, sentado a uma mesa com uma garrafa de rum guatemalteco, tocava, aliás, arranhava um violãozinho… Ele é aposentado da guarda costeira canadense, e agora passa a vida viajando por aí. Ficamos bebendo e tocando até as duas da manhã, quando pedi arrego e fui dormir porque tinha que acordar cedo.

Depois que acordei, da minha ciesta, tomei um banho e fui comer algo no restaurante do hotel mesmo, onde conheci um grupo de americanos da Pensilvania, todos entre 20 e 30 anos de idade que estão fazendo trabalho voluntário em escolas da região. Uma turma bem legal e animada também, mas que não vou ter a chance de conhecer melhor porque saio cedinho amanhã.

Fui a Flores encontrar meus novos amigos. Flores é uma pequena ilha localizada em um lago imenso do qual não me lembro do nome agora. É simplesmente linda, com ruas estreitinhas, cobertas de bloquetes de cimento, com restaurantes e bares muito charmosos e aconchegantes. Parecida com Tiradentes, em Minas, porém aparência mais caribenha do que colonial portuguesa.

Dirigi por quase uma hora, passando por pequeninas vilas no caminho, à beira da estrada onde o maior movimento, invariavelmente, era ao redor das igrejas Evangélicas em todas as três vilas por que passei. Todos muito bem arrumados, crianças vestidas com a mesma roupa, senhores de terno etc e tal! Além da igreja, os únicos outros lugares em que se viam pessoas eram nos botequins na beira da estrada, onde os locais jogam bilhar, escutam música e, lógico….. bebem!

















Assim que cheguei a flores me deparei com um grupo de motoqueiros da cidade da Guatemala; um com uma Suzuki V-Stom e mais duas BMWs. São, no total, seis pessoas; quatro homens e duas mulheres. Uma turma muito animada que ficou encantada ao me encontrar. Ali ficamos uma meia hora, tiramos fotos, batemos um papo e trocamos e-mails. Convidaram-me para ir a “Rio Dulce”, amanhã. Saem às sete da manhã e vou aproveitar a carona para andar com eles e conhecer outros lugares.
Em Flores ficamos em um barzinho que se chama EL Tropico, onde mais pessoas se aproximavam da mesa e ali ficavam, pagaram cerveja e tudo mais.
Que povo maravilhoso, estou simplesmente encantado com toda minha experiência na Guatemala.













Conheci também um piloto da forca aérea da Guatemala que se chama Manuel, tinha um chaveiro verde e amarelo pendurado no pescoço, uma placa redonda com “Brasil” escrito em sua volta. Ele diz ser apaixonado pela música, pelas pessoas e pela comida brasileira. Havia também outros dois militares com eles, o Alex e um rapazinho que chegou . (não lembro o nome...) Não se cansaram de dizer a todos nós que ali estávamos, que éramos muito bem-vindos à Guatemala e que, se precisássemos de algo, era só procurá-los.

Lá tomei duas Cubas Libres e comi um prato de Taquitos de Cervo Grelhado, uma das melhores comidas que já comi. Quando fui pagar a conta, o total foi de 30 Quetzales (moeda Guatemalteca) o que é equivalente a mais ou menos quatro dólares americanos! Movido a muita salsa e cuba libre, passei algumas horas muito agradáveis e relaxantes!

Despedi de todos como se os conhecesse há tempos, Que maravilha, que povo amigo, qualquer sensação de insegurança que tinha desapareceu. Estou encantado com a beleza natural da Guatemala, com o povo, com as comidas. É, com certeza, um lugar que muito em breve, ou assim que eu puder, irei retornar. Que Cancun, que Miami, que Nova York que nada, isso aqui é de tirar o fôlego, além de barato e com um povo muito amigável.
Amanhã acordo `as cinco da matina porque tenho que estar em Flores às 7h, para sair com o grupo para Rio Dulce. De lá, provavelmente vou a Livingstone, uma ilha que, segundo dizem, é quase como San Pedro, em Belize: bem “relax”, calma e charmosa.
Retornando à reserva, parei na guarita, pois os guardas me chamavam: “Brasileiro Loko, vem aqui!” Lá me sentei e conversamos por quase uma hora, bebendo rum com Ginger Ale. Ah, o céu daqui é digno de São Tiago(MG), não há contaminação de luz nenhuma e as estrelas parecem tomar quase todos os espaços vazios do céu!! Que beleza!!!!!!

Agora já é 1:30h da madrugada e tenho que acordar daqui a pouco. Beijos a todos! Saudades, mas estou saindo de Tikal com energias renovadas e muito menos receio que jamais pudesse ter, antes de entrar na Guatemala…. Estou apaixonado pelo país e tenho certeza de que ainda ficarei mais a partir de amanhã! Um lugar abençoado e altamente recomendado por um louco viajante que saiu dos Estados Unidos para conhecer lugares e pessoas novas, e encontrou muito mais do que esperava, em todos os sentidos. Infelizmente não vou a EL MIRADOR porque a próxima expedição só sai realmente no sábado que vem. Mas, prometi a mim mesmo que tenho que retornar a essa parte Norte da Guatemala. Só aqui na região de Tikal, em um raio de 50 km, existem mais seis outros sítios arqueológicos, alguns com acesso somente por terra. Inclusive, um deles se chama IQXAH, onde foi filmado o SURVIVOR GUATEMALA! Todos são enormes e é preciso bastante tempo pra visitar todos, o que ainda quero fazer quando retornar a esse país encantador de gente tão amável. Amanhã escrevo mais.
Beijos a todos!